quarta-feira, 25 de setembro de 2013

400 Anos Depois ser Vaqueiro é Reconhecido como Profissão


O Plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira (24), o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 83/2011 que reconhece e regulamenta a profissão de vaqueiro. A proposição, que segue agora para a sanção presidencial, define o vaqueiro como profissional responsável pelo trato, manejo e condução de animais como bois, búfalos, cavalos, mulas, cabras e ovelhas.
De autoria dos ex-deputados Edigar Mão Branca e Edson Duarte, o projeto estabelece que a contratação dos serviços de vaqueiro é de responsabilidade do administrador – proprietário ou não – do estabelecimento agropecuário de exploração de animais de grande e médio porte, de pecuária de leite, de corte e de criação.
O projeto torna obrigatória a inclusão de seguro de vida e de acidentes em favor do vaqueiro nos contratos de serviço ou de emprego. Tal seguro deve compreender indenizações por morte ou invalidez permanente, bem como ressarcimento de despesas médicas e hospitalares decorrentes de eventuais acidentes ou doenças profissionais que o vaqueiro sofrer durante sua jornada de trabalho, independentemente da duração da eventual internação, dos medicamentos e das terapias que assim se fizerem necessários.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comentando em Plenário o projeto, considerou sua aprovação como um resgate do ponto de vista social de enorme dívida do Brasil com os vaqueiros.
— A lida do gado é tão antiga no Brasil quanto o próprio país. Mas o reconhecimento dessa profissão, apesar de necessário já há muito tempo, é tardio — disse.
Ao fazer a leitura de seu parecer, Paulo Davim (PV-RN) fez um apelo ao Senado pedindo a rejeição de todas as emendas apresentadas à matéria no Senado a fim de evitar seu retorno à Câmara dos Deputados. Com relação a emenda do senador Cyro Miranda (PSDB-GO) propondo a eliminação da exigência da contratação de seguro de vida pelos empregadores para protegerem seus vaqueiros, Paulo Davim se comprometeu, contando com o apoio dos líderes, a solicitar o veto dessa exigência à presidente Dilma Rousseff.
Na avaliação do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), a exigência de seguro de vida, caso se torne lei, poderá representar um ônus insuportável para pequenos agricultores, inviabilizando assim a contratação de ajudantes para o trabalho nas fazendas.
Durante a discussão da matéria, vários senadores ressaltaram a importância de sua aprovação para os vaqueiros. Wellington Dias (PT-PI) observou que o projeto permitirá uma diferenciação do trabalhador rural comum com aqueles que cuidam especificamente de animais. Rodrigo Rollemberg recordou o relevante papel desempenhado pelos vaqueiros na colonização da Região Centro-Oeste.
Eunício de Oliveira (PMDB-CE) destacou a importância dos vaqueiros no desbravamento e ocupação do sertão nordestino, desde meados do século 16 quando foram trazidas as primeiras cabeças de gado para região.
— Com seu trabalho, foi ele, o vaqueiro, responsável pela conquista do sertão, fazendo com que o Brasil deixasse de ser eminentemente litorâneo — afirmou Eunício.
Lídice da Mata (PSB-BA) registrou a realização de campanha pelo Conselho Nacional de Cultura, visando o reconhecimento da figura do vaqueiro como patrimônio cultural e imaterial da Bahia.

Manifestaram-se ainda favoravelmente à aprovação do projeto os senadores Benedito de Lira (PP-AL), Vital do Rego (PMDB-PB), Mário Couto (PSDB-PA), José Agripino (DEM-RN), Walter Pinheiro (PT-BA), Casildo Maldaner (PMDB-SC), Sérgio Souza (PMDB-PR), Roberto Requião (PMDB-PR), Antônio Carlos Valadares (PSB-ES), Eduardo Amorim (PSC-CE), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Eduardo Suplicy (PT-SP), Inácio Arruda (PCdoB-CE), Ana Amélia (PP-RS), Humberto Costa (PT-PE), Waldemir Moka (PMDB-MS), Kátia Abreu (PSD-TO) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Inácio Arruda (PCdoB-CE).






Segundo o professor Washington Queiroz, autor da pesquisa Histórias de Vaqueiros - Vivências e Mitologia e de quatro livros sobre a história dos vaqueiros baianos, a regulamentação da profissão terá validade nacional, abrangendo desde o Nordeste, até aqueles que atuam na Ilha de Marajó, no Pantanal, nos Pampas Gaúchos e em qualquer outra região do país onde exista trabalho com gado.
Além da comitiva baiana, deverão acompanhar a votação grupos de Alagoas, Pernambuco e Piauí, totalizando cerca de 200 vaqueiros, todos encourados, ou seja, usando os trajes típicos do trabalho. "Trata-se do único traje de trabalho do Brasil colônia ainda em uso", revela Washinton Queiroz.
Trinta anos de luta
A espera pela regulamentação da profissão de vaqueiro no Brasil tem pelo menos 28 anos, embora a atividade exista desde a época colonial e seja fartamente descrita na literatura nacional. "Esta é uma luta por reconhecimento que vem desde 1985. São quase 30 anos de muito trabalho, tendo que romper com os preconceitos de uma Bahia que continua teimando em não reconhecer a cultura do seu sertão, não obstante deter a maior parte do território. O sertão da Bahia equivale a área geográfica dos sertões dos outros oito estados nordestinos juntos!", enfatiza o antropólogo.
Entre 2012 e 2013, Washington Queiroz realizou um trabalho de recenseamento e chegou ao número de 186 núcleos de vaqueiros em atividade na Bahia atualmente. De acordo com ele, são esses núcleos que organizam eventos como as vaquejadas no interior no Estado.
A primeira reunião dos vaqueiros da Bahia, que deveria ocorrer agora em outubro, foi remarcada para 2014 devido à política de contingenciamento de gastos do governo estadual. Ainda de acordo com o professor Washington Queiroz, que é membro do Conselho Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura (Minc) e do Conselho Estadual de Cultura, os vaqueiros do estado já conseguiram o reconhecimento como Patrimônio Imaterial da Bahia, em 2011, e agora buscam junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a mesma titulação com validade nacional.
Washington Queiroz lembra que o primeiro vaqueiro citado pela História do Brasil é Pedro de Ambrosia, também o primeiro a receber de Thomé de Souza, governador geral que fundou Salvador, em 1549, pagamento por cuidar do gado trazido para a colônia.

Fonte: Sites: www.G1.com; www.12.senado.gov.br em 25/09/2013 às 22:39 h

Nós da AEPCN nos sentimos de alma lavada por esta vitória dos nosso irmão vaqueiros, os verdadeiros Heróis do nosso Sertão! 

sábado, 21 de setembro de 2013

Festa dos Vaqueiros de Juazeiro em 07 de Setembro


Amigo Lula Xavier, oficial de justiça, vaqueiro, um dos nosso diretores da AEPCN e um dos organizadores da II Festa dos vaqueiros de juazeiro, junto aos amigos Adilson, Daniel e Sandro careca entre outros.


Égua nordestina do nosso amigo Lula e oriunda do município de Curaçá


Pingo de Ouro, fiel amigo de Lula


Cavalo Nordestino 


Cavalo Nordestino


Fazenda Santa Luzia, do nosso amigo Daniel, local de concentração dos vaqueiros e aonde os mesmos almoçaram, vemos nesta foto as belas moças também se preparando para o desfile e sentado abraçado ao seu filhinho, o amigo Sandro Careca, um dos organizadores da festa.


No alpendre da antiga casa os vaqueiros se encontram e se preparam para o desfile


Cavalo Nordestino, tordilho, de campo



Vaqueiro de Curaçá descansando um pouco



Belo Nordestino Paca de pelagem Baia


Eu e os verdadeiros Heróis do sertão!


Tudo muito bem organizado e gostoso!


Cahaça, Cerveja e Rapadura com Amendoim pra abrir o apetite


As mulheres dedicadas e que gostam da tradição! 


Turma jovem e animada


Início do desfile no centro de Juazeiro seguindo para a praça do boi, delegações da Bahia e Pernambuco, vindo de vários municípios, a frente os Vaqueiros Encourados e no final os cavaleiros sem as vestimentas, tudo muito bem organizado e todos respeitando a fila em dupla.


Avô e neto honrando as tradições sertanejas e a figura do vaqueiro


Apesar da grande seca mais de 100 Vaqueiros Encourados e bem caracterizados, parabéns aos amigos pela organização e a postura dos vaqueiros que deram exemplo de respeito a tradição


A turam do fundão mas também muito animados e obedecendo a ordem do desfile


Tinha animal de todo jeito e cavaleiro de toda qualidade como deve ser uma festa de vaqueiros


Praça do Boi, uma tradicional e antiga praça de Juazeiro, mas, muito mal cuidada, como a maioria!


Esta bela obra de arte, não sei a data, mas que foi feita pelo artista José Domingues, Recife, Rua José de Vasconcelos, bairro da Tamarineira, mas não tem a data, é uma bela pintura em azulejo, que apesar do desprezo resiste. Andei pesquisando, esta prática do vaqueiro laçar o boi de cima do cavalo era uma prática antiga e que em nossa região não se pratica mais. 


Respeito cívico 


Cavalo Nordestino Paca de pelagem castanha


A missa no final, etapa muito importante para a fé do vaqueiro


Vemos uma típica sela vaqueira da nossa região e preso nela um reio de pele de bode seca e uma ponta de boi que serve de caneca para o vaqueiro e quando furada na ponta é um pequeno berrante que os vaqueiros chamam de búzo 


Final de festa sem forró não é festa


Vemos aqui as principais figuras o Daniel (esquerda) e o Lula


Vemos aqui a frente as mulheres e em primeiro plano a dona Terezinha que faz parte da associação dos vaqueiros de Curaçá, cidade a 92 km de Juazeiro


Vaqueiro também se comunica e acompanha a modernidade!