quarta-feira, 24 de março de 2010

Festa dos Vaqueiros Curaçá 2008

Vaqueiros de Curaçá Chegando para a sua Festa



Vaqueiro Oficialmente Padronizado



O Zootecnista e Professor Jânio ao Lado do Desfile



Jânio com Um Nordestino que foi Medido em seu Trabalho de Doutorado


Na Chegada da Longa Viagem um Banho para Revitalizar


Na cidade de Curaçá na Bahia, 02 de Julho é a data oficial da antiga festa e missa dos vaqueiros, festa que já existe a 50 anos. Os vaqueiros de toda a região se preparam durante todo o ano para nesta festa rezarem, se divertirem, rever os amigos, participar das corridas de prado e relembrar os vaqueiros já falecidos. É um momento aonde a tradição fala mais alto, aonde ainda vemos muitos cavalos nordestinos bonitos, bem zelados, bons de rédeas e de gado. Não se pode desprezar tanta história, tradição e genética. É preciso mais do que nunca valorizar nosso sertão tão rico, que só é lembrado em época de eleição. Salve o vaqueiro do sertão!! Salve o nosso cavalo nordestino!!!






Bérberes de Marrocos

sábado, 20 de março de 2010

I Encontro para Valorização do Cavalo Nordestino (27/08/2009)


Este é o cartaz o nosso primeiro evento sobre o cavalo nordestino aonde apesar de não termos alcançado o público desejado mas plantamos a semente da informação e valorização do cavalo nordestino, desconhecido por muitos.
Levamos para o evento, exemplares, machos e fêmeas com diferentes fenótipos, para mostrar que idêntico ao que aconteceu com o cavalo pantaneiro, um nordestino que encontrou condições mais satisfatórias para o seu crescimento, no nordeste encontramos também ecotipos que se diferenciam em estatura e estrutura em função das condições ambientais existentes em seu local de origem, precisamos apenas escolher animais de qualidades desejadas e iniciar a seleção, mas precisamos de apoio governamental ou de instituições de ensino ou pesquisa pois sabemos que é um trabalho demorado e custoso mas que não é impossível de se realizar, depende apenas de querer fazer. Sabemos tembém que os resultados serão vislumbrados a partir da primeira geração pois o maior problema da raça é a fome secular.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Vídeo Documentário Piauí Década de 1960

Revista Agroopecuária Tropical Nº 30



Esta reportagem antiga é a prova da versatilidade do Cavalo Nordestino e o quanto se perdeu quando deixou-se de fazer um trabalho de melhoramento genético e funcional.
Achamos que existe um preconceito, um tabu quando se fala do cavalo nordestino, pois todos já criaram uma imagem exteriotipada de um cavalo feio, cansado, fraco e sem serventia ou valor, mas na verdade o que fazer quando se tem uma fome secular encravada em sua história? Mas esta mesma fome fez a raça crescer em nobreza, resistência e adaptação, não conhecemos ainda as reais potencialidades do cavalo nordestino, precisamos conhecer, e ainda é tempo!

terça-feira, 16 de março de 2010

Capa da Revista Agropecuária Tropical Nº 30 de 1983


Esta capa da revista agropecuária tropical e as reportagens disponibilizadas neste blog são as provas de que a quase trinta anos atrás se valorizava mais os recursos genéticos nativos do que nos dias de hoje onde vivemos um avanço bem maior da ciência e onde se fala muito em ecologia, biomas, conservação, valorização e aprimoramento dos nossos potenciais zoogenéticos e de plantas. O núcleo de preservação e seleção do cavalo nordestino em Juazeiro da Bahia nasceu do amor e respeito que cinco amigos têem pelo cavalo nordestino e pela urgente necessidade em se cuidar deste rico patrimônio genético esquecido e desprezado por todos, queremos com a valorização deste pequeno grande herói valorizar também o vaqueiro do nordeste brasileiro, esses dois personagens estão a cada dia mais relegados no esquecimento até mesmo dos nossos professores de história. Convidamos você à vir em nossa região e conhecer o último reduto na bahia de cavalos nordestinos que vivem no vale do rio salitre, região seca, mas muito rica, não só em termos ambientais, mas também culturais e históricos. Traremos até você, posteriormente, fotos e vídeos de lotes de cavalos em estado semi-selvagem, não é totalmente uma vez que precisam vir beber nas cacimbas e poços das fazendas. É imprecionante a resistência destes animais, a maneira como conseguem converter bagaços, gravetos e ramos secos em algo que os mantêm de pé. Não adianta tentar colocar algum indivíduo de outra raça pois não resitiria às dificuldades de escasses de água e de alimentos, pois o cavalo nordestino do vale do salitre se parece, em resistência, com um camelo, pois passam em média de dois a três dias sem beber, andam distâncias enormes em um sol escaldante de terreno pedregoso para se alimentar e até de cactos como o cabeça de frade. O nosso grande pequeno cavalo não é lembrado nem pelos hipólogos de que já estão a mais de quatro séculos resistindo bravamente, mas que, com a degradação do seu meio com o desmatamento indiscriminado, vastas áreas cercadas, secas mais prolongadas e o descaso de todos está prestes a desaperecer do senário nordestino assim como o próprio homem.

domingo, 14 de março de 2010

sexta-feira, 12 de março de 2010

quinta-feira, 11 de março de 2010

O Núcleo do Cavalo Nordestino em Juazeiro


Acordeom em 2008

Acordoem em 2008


Reprodutor Acordeom. Aquisição 03/12/07
Com Idade de 2 Anos


Cavalo do Piauí, Região de Campo Maior
(Foto Cedida Pelo Amigo Marcos Conde da
Associação Brasileira dos Criadores de Gado
Pé Duro (ABPD) situada em Terezina)

Cavalo do Piauí (Região de Campo Maior)

O núcleo Juazeirense de preservação e seleção do cavalo nordestino nasceu inicialmente de um sonho antigo de Luis Cleber e Carlos Augusto, dois abnegados defensores desta raça e apaixonados por tudo que diz respeito ao universo do cavalo e que trouxe para o grupo os amigos Gênison e Ronilson e que posteriormente foram fortalecidos pelo zootecnista e professor universitário Jânio Benevides que desenvolve seu doutorado tendo como tese a descrição fenotípica do cavalo nordestino e que muito contribuiu com o seu conhecimento zootécnico no direcionamento das corretas características da raça. O núcleo busca selecionar preservando as ricas características que fizeram desta raça uma das raças mais rústicas do mundo procurando produzir animais de maior alçada e melhores conformados, uma vez que será disponibilizado razoáveis condições de manejo sanitário e reprodutivo. O núcleo busca parceiros amantes do cavalo nordestino e que de uma maneira organizada queira participar dos trabalhos. O núcleo é uma entidade sem fins lucrativos e regido por um protocolo de intenções disponível para quem se interessar .
Mostraremos outras fotos e vídeos mais atualizadas do nosso reprodutor, matrrizes e outros animais do núcleo. Reparem na transformação de acordeom, vindo das caatingas magro e que em 20 dias, com pouco trato já começou a dar resultados.

terça-feira, 9 de março de 2010

Tentativas de Preservação e Seleção













Tentativas de Preservação: Inicialmente em 1935 pelo Eng. Agrônomo e diretor geral do Departamento Nacional de Produção Animal (DNPA) Landulfo Alves de Almeida, posteriormente em 1954, pelo Dr. João Ferreira Barreto, exercendo o mesmo cargo, e finalmente em 1971 foi criada a última comissão para tratar do caso, composta pelos técnicos: Noélio Costa, Lecy J. Lopes do Val, Roberto Abramo e Francisco Teixeira que com base nos estudos anteriores estabeleceu os princípios básicos para a seleção desta raça, aconselhando a criação de uma entidade responsável pelo registro genealógico para promoção e registro dos animais. Assim nasceu em 1972 a Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Nordestino (ABCCN), com sede em Recife-Pernambuco, já extinta mas que desempenhou um relevante papel para o conhecimento e valorização desta raça. O cavalo nordestino vem sobrevivendo não somente contra as agruras do sertão, mas também contra o descaso de todos, a infusão de raças exóticas e a destruição do seu meio provocado pelo desmatamento, degradação do solo e vastas área cercadas. É preciso, por mais uma vez, de maneira acertada retomar os trabalhos para salvar e melhorar este rico patrimônio genético, histórico e cultural que muito contribuiu e contribui para o Nordeste e para o Brasil.
Estas fotos foram gentilmente cedidas pelo grande amigo e aliado forte na luta pela valorização do cavalo nordestino, o zootecnista Jânio Benevides de Melo, que em suas andanças durante o seu trabalho de doutorado com o cavalo nordestino revirou o passado e conheceu figuras importantes que participaram na década dos anos setenta dos trabalhos de criação da associação brasileira dos criadores de cavalo nordestino e que lhe cedeu estas raridades que serão lançadas no blog com o tempo para que todos tenham uma noção do tanto que se foi feito e de tudo o que se perdeu e ficou no esquecimento.
Agora é a vez de resurgir das cinzas como a fênix e brilhar!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Padrão Zootécnico Homologado Pelo MAPA



PADRÃO RACIAL DO CAVALO NORDESTINO

I – Finalidade
Animais, resistentes, rústicos, bem conformados, ideais para a lida no campo, esporte, cavalgadas e tiro leve, como também para a produção de muares.

II – Aparência Geral:
Aparência nobre, altiva, linhas harmoniosas e definidas.
1) Pelagem: qualquer pelagem: exceto a albina.
2) Altura: Altura máxima para ambos os sexos de 1,50m.
Para Machos: mínima de 1.35 m.
Para Fêmeas: mínima de 1.30 m.
3) Forma: Porte médio bem proporcionado, leve em sua aparência geral e de musculatura forte e definida.
4) Constituição:
Forte e de condições sadias.
5) Qualidade: Ossatura seca e resistente, tendões delicados, pele de pigmentação escura e pelos finos.
6) Temperamento: Demonstrando vivacidade com expressão ativa e dócil.

III–Cabeça e Tronco

1) Cabeça: Pequena, larga na frente, ganachas afastadas.
2) Perfil: Chanfro = Retilíneo a sub-convexo.
3) Olhos: Afastados, móveis e expressivos, pálpebras móveis e flexíveis.
4) Orelhas: Medianas, bem inseridas e bem dirigidas
5) Boca: De abertura média, lábios finos, móveis, firmes e justapostos.
6) Narinas: Grandes, largas e flexíveis.
7) Pescoço: De forma piramidal, proporcional à cabeça.

IV – Tronco
1) Cernelha: Bem definida, oblíqua, conferindo ao bordo superior do pescoço boa direção.
2) Peito: Largo e profundo boa musculatura sem saliência óssea.
3) Dorso e Lombo: Proporcionais, retos, flancos ligeiramente profundos e arredondados.
4) Costelas: Longas, arqueadas, conferindo uma boa amplitude torácica.
5) Tórax: Amplo e profundo.
6) Ancas: Simétricas, salientes e musculosas.
7) Garupa: Da mesma altura da cernelha, harmoniosamente inserida à região lombar e suavemente inclinada. Tolerando-se até 2 cm na diferença da altura de cernelha.
8) Cauda: De boa inserção, bem implantada e dirigida, sabugo curto e firme, pelos finos, ralos e sedosos.
9) Órgão Genitais: Testículos de bom volume, simétricos, móveis e no interior da bolsa. Genitália externa e úbere funcionais, sem anomalia.

V – Membros
1) Espáduas: Bem pronunciadas e oblíquas.
2) Braços: Médios e de boa cobertura muscular
3) Antebraços: De comprimento médio, retos e cobertura muscular delgada.
4) Joelhos ( carpo ): Retos, chatos e resistentes proporcionais e na mesma direção do antebraço e bem articulados.
5) Coxas e Pernas: Cheias de boa cobertura musculares bem anguladas e proporcionais.
6) Jarretes: Secos, lisos, bem aprumados e articulados.
7) Canelas: Proporcionais, secas e descarnadas, tendões fortes e bem delineados e isentas de taras.
8) Boletos: Médios, definidos e bem articulados.
9) Quartelas: Médias, oblíquas e fortes.
10) Membros do Conjunto: Isentos de taras e bem aprumados na estática e em dinâmica.
11) Cascos: Pequenos arredondados, escuros ou rajados, de ranilhas profundas e elásticas. De preferência pretos.

VI - ANDAMENTO

O trote em todas as suas modalidades.

VII – DESCLASSIFICAÇÃO:

1) De Pelagem: Albino ( gázeo ), despigmentação nas orelhas e da íris.
2) De Olhos: Albinóide, deficiência congênita hereditárias de visão.
3) De Temperamento: Vícios considerados graves e transmissíveis, agressivo ou linfático.
Vícios considerados graves ( empina, empaca , escoiceia , nega estribo, mesquinho das orelhas, dispara, pula, queixo duro ).
4) De Conformação:
a ) Cabeça: - Perfil convexilíneo (Acarneirado), côncavo.
b ) Orelhas:- Orelhas mal implantadas ou mal dirigidas (cabanas).
c ) Lábios: - Relaxamento das comissuras ( belfo ).
d) Pescoço: - invertido em ambas as bordas (de cervo ) ou cangado.
e) Linha Dorso Lombar - Cifose ( de carpa ), lordose ( selado ), escoliose ( desvio lateral de coluna).
f) Membros: - Taras ósseas e defeitos graves de aprumos.
g) Cascos: - Defeitos que possam ser congênitos.
h) Aparelho Genital: Defeitos congênitos, hereditários e aparentes. Criptorquidismo, monorquidismo, hipoplasia e hiperplasia.
i) Animais com a altura da garupa superior 2 cm, à da cernelha.
j) Prognatismo, quando ultrapassar a face triturante da arcada dentária.
k) Doenças congênitas, hereditárias e transmissíveis .
l) Ancas assimétricas.
m) Garupa excessivamente inclinada ou derreada.
n) Andamento - Qualquer outro que não seja o trote em todas as suas modalidades
OBS: Sendo admitidos animais que, quando soltos, não desenvolvam outro andamento que não seja o trote.

OBS: Estes padrões zootécnicos da raça, foram retirados do regulamento de registro genealógico da antiga Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Nordestino e que o núcleo Juazeirense de preservação e seleção da raça o aprimorou para os dias atuais, alterando apenas a altura de cernelha que variava de 1,27m a 1,47m. Sendo aceito atualmente, para início dos trabalhos, animais com altura mínima de 1,29m para fêmeas adultas e 1,35m para machos adultos, pois entendemos que as crias destes animais quando bem criados poderão mostrar as suas reais potencialidades genéticas atávicas (Avós).


segunda-feira, 1 de março de 2010

A Origem do Cavalo Nordestino




ORIGEM: O cavalo nordestino é originado diretamente do Barbo também chamado de Bérbere ou Norte-Africano, cavalo de batalha utilizado pelos Turcos muçulmanos e que foram introduzidos no Brasil por Portugal no período colonial. O cavalo Barbo o Árabe e o Turquiano são consideradas raças tronco, uma vez que delas se originaram todas as outras raças que conhecemos atualmente. Alguns historiógrafos afirmam que o Brasil recebeu os primeiros cavalos vindos com outras espécies domésticas das ilhas da Madeira e das Canárias, em 1534, por iniciativa da esposa de Martin Afonso de Souza, Dona Ana Pimentel, posteriormente em 1535 Duarte Coelho inicia a sua criação em Pernambuco, mas a notícia concreta,através de documentos, da primeira introdução desta espécie em nosso País é dada por Tomé de Souza em 1549 recebendo cavalos de Cabo Verde e coube a Garcia D’Ávila, senhor da Casa da Torre (Tatuapara), no litoral na Bahia, o trunfo de disseminar bovinos e equínos por todo interior do nordeste principalmente através do Rio São Francisco (Rio dos Currais) enfrentando condições difíceis de sobrevivência com escassez de água e alimentos, sendo esses de péssima qualidade, sem falar nos terrenos quentes e pedregosos, tocados sem ferradura, assim foi sendo forjado a única raça no mundo que mais possui características idênticas ao cavalo berbere.